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A noite estava tranquila. A preguiça dominava Rae, ao som do bom e velho Oasis. Suas pálpebras caíam insistentemente, a qualquer tentativa de dublar Don't Look Back in Anger. Ela estava ouvindo a banda dos irmãos Gallagher no CD Player, com o fone de ouvido que ganhou de Finn.

 

- Uhaaaá.... Vou ter que dormir. Desculpe Noel. O maldito sono atrapalhou nosso dueto. Mas, amanhã, prometo, que vou cantar tudinho ao seu lado - falou baixinho.

 

O cansaço era tanto, que página do diário daquele dia ficaria em branco por mais tempo que o previsto. Rae pôs o pijama, uma camisa surrada com a foto do Blur, arrumou a cama e deitou-se. Não demora para lembrar daquela tarde, em que foi tomar sorvete com Finn. Ah, os beijos gelados e as demonstrações de carinho... 

 

- Preciso sonhar com isso - pensou alto.  

 

Naquele momento, não havia espaço para neuroses, preocupações com a balança, queixas. Tudo estava perfeito. Os pensamentos de Rae começaram a se afastar, a imagem de Finn resplandecia sobre um arco-íris até que... 

 

- Ué, ué, ué!

 

Rae desperta rapidamente e respira ofegante. 

 

- NÃO. NÃO. NÃO. AGORA NÃO! - exclama, ameaçando uma cara de raiva.

- Que saco! Minha irmãzinha não vai me deixar dormir tão cedo. Logo agora...

 

- Rae, vem aqui. Preciso de você, querida! -, grita Linda, mãe de Rae.

 

- Já vou! - retruca irritada, atirando a almofada no espelho. 

 

Karim havia saído há alguns minutos, para comprar remédio na farmácia. A bebê estava com febre e chovia muito naquela noite. Rae veste o robe colorido de listras verticais, o que a faz lembrar vagamente da primeira noite com seu amado Finn. Ela desce da cama, caminhando como um zumbi, arrastando os pés e tentando manter os olhos abertos enquanto acende a luz. 

 

- PUTA QUE PARIU! 

 

- Olha a boca suja, menina - desaprova Linda. 

 

- Desculpa. Saiu sem querer - responde Rae, com um sorriso amarelo. 

 

- Ué, ué, ué!!!!!!

 

- Me ajude, querida. Nosso pequeno milagre não está tendo uma boa noite. Está vomitando o leite, mas a febre não aumentou mais. Espero que Karim chegue logo.

 

- Eu também - pensa Rae, emburrada.

 

Rae busca um pano limpo para secar o chão na dispensa. No retorno, retira o lençol sujo da cama. Linda balança o bebê, para se acalmar. Rae busca outro lençol e estende-o na cama. A porta da frente bate, finalmente Karin chega. 

 

- Oh, até que enfim. Não aguento mais ouvir minha maninha chorando! - dispara Rae.  

 

-Trouxe um soro e um termômetro - fala Karim, ainda um pouco molhado.

 

Após secar-se rapidamente no banheiro do quarto, o padrasto de Rae segura o bebê enquanto Linda prepara o soro. Rae fica um pouco impaciente com aquilo tudo, ainda mais agora que deixou de ser o centro das atenções. Mas, segura a onda. O que mais quer é voltar para o conforto de sua cama e sonhar com o belo dia que teve. 

 

- Tome, bebê. Isso vai aliviar sua dor - diz Linda ao dar colheradas do remédio para a recém-nascida, ainda sem nome.

 

Alguns minutos depois, Karim continua balançando a menina, que agora parece finalmente ter se acalmado. Rae está na cozinha, preparando um bulê de chá para todos. Ficaram acordados mais tempo do que deveriam, e tensos também. O relógio marca uma da madrugada. Rae fixa o olhar no objeto, já imaginando como será sua manhã na escola: escondendo as olheiras no óculos escuro para dormir enquanto o professor ensina a resolver aquela maldita função logarítmica.

 

Novos Rumos escrita por Pryhka

 

Capítulo 1 - Perdendo espaço

 

 

NOTAS: 

O próximo capítulo será postado no dia 03 de julho. Fique ligado!

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© 2014 by Priscila Carvalho

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