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GABRIELA ZAGO

 
Professora do curso de Design Digital da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), Gabriela Zago atualmente faz doutorado de Comunicação e Informação na UFRGS (Universidade Federal de Pelotas) e é formada nos cursos de Jornalismo e Direito. Ela é fã de Gilmore Girls (exibida no extinto The WB e no SBT, aqui no Brasil) e chegou a escrever ficções sobre as aventuras das protagonistas Lorelai e Rory. Confira nossa entrevista exclusiva com Gabriela:
 
Como você se envolveu com pesquisas voltadas aos meios digitais?
Gabriela Zago: Interessei-me pelo tema desde a graduação, quando queria tentar entender como o Twitter poderia ser usado para o jornalismo.
 
Qual é a sua relação com narrativas ficcionais escritas por fãs (fanfics)?
GZ: Embora não pesquise diretamente o tema, costumava escrever fanfics alguns anos atrás.
 
Quais estilos de séries atraem seu interesse? Você chegou a acompanhar fanfics de alguma série?
GZ: Gosto de drama e comédia. Tive um site sobre a série Gilmore Girls, o qual possuía uma seção de fanfics que recebia contribuições de outros usuários. Também escrevia fanfics sobre a série para outros sites.
 
Quais impactos a popularização da internet trouxe para a cultura participativa dos fãs, principalmente em relação às narrativas ficcionais escritas por fãs?
GZ: A internet facilitou a difusão dessas produções de fãs. Se antes elas tinham a circulação restrita (como no caso de fanzines, que dependiam de uma distribuição em área geográfica limitada), a internet possibilitou uma circulação mais ampla sem precisar gastar mais com impressão. Com mais acesso, mais gente também pode participar / escrever fanfics / publicar.
 
Com a recente aprovação do Marco Civil da Internet pela presidente Dilma Rousseff durante o evento NETMundial, você acha que os autores de fanfics podem sofrer algum tipo de proibição aqui no Brasil? 
GZ: Não sei até que ponto haveria relação. As restrições costumam ser impostas por produtores de conteúdo. Se uma fanfiction é claramente indicada como tal, não vejo problema em ser criada / disponibilizada - é até uma homenagem ao criador do produto cultural.
 
Você acredita que as fanfics atualmente podem refletir nas tramas das narrativas ficcionais televisivas (séries, seriados, minisséries e novelas)?
GZ: Depende muito do grau de abertura do produtor, mas poderia ser interessante levar em consideração as fanfics (que representam o que os fãs gostariam de ver no produto cultural) na hora de pensar no roteiro de produtos culturais. Isso é interessante principalmente em novelas e seriados, em que a trama precisa se desenrolar por meses, e até por anos. Pode ser uma boa fonte de inspiração.
 
Recentemente, a rede de televisão NBC resolveu fazer algo não muito comum: montou um site para que os cidadãos norte-americanos enviem ideias de roteiros para novas sitcoms. Acreditas que esse tipo de iniciativa pode ser influenciada pelo conteúdo gerado pelos fãs? Isso poderá se tornar um hábito comum das emissoras de televisão?
GZ: Essa iniciativa de crowdsourcing pode ajudar a reunir ideias de roteiros, mas não necessariamente vai garantir que os roteiros propostos se transformem em séries de sucesso. Vai depender da criação de uma posterior base de fãs para o produto cultural, e o contínuo acompanhamento desses grupos nos rumos da série.
 
As fanfics podem ter função educativa?
GZ: Acredito que são bons exercícios criativos e podem contribuir para estimular a criatividade, e, indiretamente, a leitura. Mesmo que se parta de personagens existentes, as histórias criadas são originais, e envolvem o estímulo a criatividade para serem produzidas.
 
Quais são as características de uma boa e próspera fanfic? Alguma dica para autores de fanfics?
GZ: Criar uma história que se tem interesse de ver na série/tv/novela, aproveitando as características e elementos do personagem já existente, é um bom ponto de partida.
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© 2014 by Priscila Carvalho

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